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Número de incêndios florestais em Campina Grande do Sul em 2020 já é oito vezes maior que o registrado no ano passado
Incêndio de lixo também tem se tornado um problema para o meio ambiente e para quem tem doenças respiratórias
O período de estiagem somado a falta de água na região de Campina Grande do Sul tem resultado numa combinação que vai contra as regras de limpeza pública, saúde e convívio social. É que além do número de queimadas e incêndios florestais que aumentou significativamente, há quem toma a decisão de se livrar do lixo que produz ateando fogo nele.
A diretora do departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de Campina Grande do Sul, Andreia Trevisan Dal Zotto, revela-se surpresa com o volume de resíduos que tem sido alvo de incêndios, problemas que segundo ela tem gerado transtornos ao município, mesmo com a existência de coleta seletiva duas vezes por semana, em todos os bairros urbanos.
Segundo Andreia, há ainda o serviço de coleta de entulhos e materiais mais volumosos. “Mesmo assim há quem incendeie os resíduos causando problemas para a vizinhança, principalmente para quem sofre de problemas respiratórios”. A diretora diz que pessoas ligam para o departamento de Meio Ambiente relatando as ocorrências, mas na maioria dos casos não há como identificar os causadores, os quais por seus atos podem até gerar incêndios de grandes proporções. “Ficamos impossibilitados de controlar condições externas”, explica.
Ainda conforme Andreia, pequenas demandas podem sim ser solucionadas pelo departamento de Meio Ambiente, mas é preciso bom senso da população. “Muitas vezes chegam denúncias infundadas. Temos condições de orientar e fiscalizar ou até de multar os infratores em algumas situações, mas não temos como identificá-los sem a ajuda de quem abre um chamado”, lembra a diretora do departamento.
De acordo com o tenente do 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Campina Grande do Sul, Lucas Gross, em 2020 houve um salto estatístico de 830% em relação aos números observados em 2019 e de 488% em relação aos dados de 2018. “Isto se deve, possivelmente, ao período crítico de estiagem vivenciado na região, que se destaca frente às estatísticas das duas últimas décadas”, explica o tenente.
Evitar a queima de lixo e demais materiais que podem dar início a incêndios em vegetação é uma questão de consciência, lembra Lucas Gross. “Nestes casos, o Corpo de Bombeiros ou a Defesa Civil devem ser imediatamente acionados”, saliente o oficial.
REPRESA DO IRAÍ – Há cerca de um mês, um incêndio registrado no entorno da Represa do Iraí, em Quatro Barras, durou quatro dias. O reservatório, que também sofre com a estiagem, é uma das principais represas de abastecimento de água da capital e região. Houve expansão das chamas, chegando ao limite de Quatro Barras com Piraquara.
EMERGÊNCIA – Ao visualizar incêndios em vegetação que tenham potencial de tomar grandes proporções, mesmo que comecem com lixo queimando, a orientação é sempre entrar em contato com a Defesa Civil (ligação gratuita para o teleofne 199) ou com o Corpo de Bombeiros (ligação gratuita para o número 193). O telefone do Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de Campina Grande do Sul também pode ser acionado: 3676-8120.