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16/08/2022   Educação  

Prefeitura promove Seminário sobre o autismo com o tema “Sensibilizar para Incluir”

O município de Campina Grande do Sul, realizou nos dias 11 e 12 de agosto, o  Seminário sobre o Autismo intitulado "Sensibilizar para incluir", promovido pela Secretaria Municipal da Educação. O evento propôs uma troca de conhecimentos e experiências, compreendendo a saúde, educação e inclusão escolar e ofereceu diversas palestras envolvendo temas como o diagnóstico, inclusão e discussão de políticas públicas. 

O autismo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. Segundo dados atuais da Organização Mundial da Saúde, o TEA acomete, em média uma a cada 30 crianças. Os sinais do TEA se apresentam nos primeiros meses de vida: falta de contato visual efetivo e falta de resposta a estímulos. O diagnóstico do autismo é clínico, feito através de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais. Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos, sendo possível fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses.

Abertura do Seminário
As atividades do Seminário iniciaram com a abertura oficial do evento, com a participação de autoridades municipais e profissionais da educação. Participaram o prefeito Bihl Zanetti, o vice-presidente da Câmara de Vereadores, Felipe Veiga; a secretária da Educação Simone Ferrarini de Souza Millek; o coordenador da Educação Inclusiva, Marcos Simioni e Leandro Aguiar, presidente da Associação “Te amo Autista”, de Campina Grande do Sul e pai de uma criança no espectro autista. Na oportunidade o prefeito Bihl Zanetti colocou-se inteiramente a disposição dos envolvidos. “Tenho certeza que alcançaremos o objetivo da realização deste seminário que é ampliar as discussões sobre o Autismo com profissionais da Educação e demais áreas envolvidas, juntamente dos pais e familiares, buscando sensibilizar e capacitar a todos para um melhor atendimento”, destacou o prefeito.


Palestras
A primeira palestra intitulada “As melhores práticas para um autista”, foi proferida por Marcos Petry, que é autista, escritor, músico, criador de conteúdo digital, e que compartilhou juntamente da participação de sua mãe Arlete, suas experiências de vida dentro do espectro autista, destacando que a chave para a verdadeira inclusão é compartilhar o conhecimento sobre a temática, rompendo com o senso comum, e abrindo espaço para que o autista possa atuar dentro de suas potencialidades, sendo respeitada a sua singularidade. 

Na sequência, Leandro Aguiar, compartilhou suas vivências como pai de uma criança no espectro, ressaltando a importância da parceria entre as famílias e o poder público no atendimento das demandas. “É muito importante para nós, pais, sabermos que o poder público abre esse espaço para discussão de melhorias e que e os profissionais estão procurando se capacitar para entender melhor as características e fazer um melhor atendimento das crianças em sala de aula, preocupando-se com o seu desenvolvimento”. Encerrando as atividades da primeira noite, a psicopedagoga Antonia Redmi apresentou importantes informações sobre o TEA, dentro de seu contexto histórico e clínico, por meio da palestra “Planejar e Incluir”, destacando a importância de nos organizarmos enquanto sociedade para atendermos as especificidades das pessoas autistas. Antônia chamou a atenção dos participantes, que conforme  dados da OMS, levando em consideração os números crescentes de diagnósticos de crianças no espectro, em média poderia se ter uma criança em cada sala de aula com o diagnóstico do TEA.

Na segunda noite do evento, a nutricionista Bel Lopez conduziu uma palestra sobre seletividade alimentar, condição em que se encontram muitas pessoas que vivem dentro do espectro, e que por isso, há a necessidade de planejar estratégias que atendam as necessidades nutricionais. Para compartilhar vivências, Morgana Coutinho, que também é mãe de uma criança no espectro autista, contou sua história de vida com bastante emoção, falando dos desafios que uma família enfrenta durante o desenvolvimento da criança. A última palestra da noite foi de Nelly de Souza, que apresentou “As dimensões da Educação Inclusiva”, onde compartilhou seus conhecimentos no campo da educação, sensibilizando professores e servidores que atuam nas escolas e Cmeis quanto as práticas pedagógicas inclusivas, que levam em conta a história da criança e sua subjetividade.

No encerramento do Seminário, a secretária da Educação, Simone Millek destacou: “O município conta com mais de 120 crianças matriculadas na Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental, sendo desafiadora a busca por condições necessárias para o atendimento com qualidade das pessoas no espectro, bem como se torna necessário a ampliação de discussões, promovendo a mobilização social, para que possamos construir coletivamente uma sociedade inclusiva”.

Fotos: Diego Tiller/PMCGS

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